São Lucas, amigo e apóstolo de Jesus, segundo alguns, era médico. Talvez por isso mesmo narrou com tanta ênfase as curas do Mestre dos Mestres.
Segundo a tradição católica o dia de hoje é dedicado a ele; dia consagrado ao médico apóstolo.
Pela força do catolicismo nas sociedades, especialmente no Brasil, Portugal, Estados Unidos, Argentina, França, Itália, Bélgica, Inglaterra e Canadá o dia de hoje é também o dia do médico.
Pois é! Hoje é o dia dedicado ao profissional que busca no fundo da alma e no baú da ciência prolongar a vida; e, não é somente isso, proporcionar qualidade a essa vida.
Pelo menos é a visão do Dr. Bezerra de Menezes, médico cearense que viveu e trabalhou no Rio de Janeiro desde o ano de 1851 até 1900 quando falece. Para ele:
"O médico verdadeiro não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto. O que não atende por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou tempo, ficar longe, ou no morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem como pagar a receita, ou diz a quem chora à porta que procure outro – esse não é médico, é negociante de negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros os gastos da formatura. Esse é um desgraçado, que manda, para outro, o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu espírito, a única que jamais se perderá nos vaivéns da vida."
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Dr Rosy Cury |
E os médicos nunca estiveram em tamanha evidência como estão agora. Isso seria bom se essas evidências expressassem o sentimento do Doutor dos Pobres, como era conhecido Bezerra de Menezes. Pelo contrário: evidenciam o cancro carcomido de uma profissão que a ela chega quem procura fazer bens e não o bem de que tanto falava o Kardec brasileiro.
Mesmo assim, lembro-me muito bem de dois Bezerras de Menezes que haviam na cidade de Balsas e que merecem a minha homenagem e acredito que a dos balsenses também: Doutores Roosevelt Moreira Cury e José Bernardino Pereira da Silva. Ambos se dedicavam de corpo e alma a cuidar daquele povo sertanejo do Sul do Maranhão (Rabo da Arraia). Dr Rosy e dr Bernardino eram exemplos de desprendimento e de dedicação. Honraram o juramento que fizeram ao grego Hipócrates, o Pai da Medicina. Pagava quem podia.
Por falta de profissionais na atualidade que queiram trabalhar nos municípios mais pobres e pequenos, assistimos ao governo "importar" profissionais de Cuba para suprir a falta que os doutores Rosys e Bernardinos deixaram. Hoje, as "iscolas" médicas, pintadas de vermelho, talvez por alguma dificuldade em ensinar a ler e a escrever, após o término de cada curso, incentivam os novos profissionais a prestarem juramentos a "hipócritas".
E, mesmo chegando ao Brasil os "médicos" cubanos, não seriam eles um presente de grego?
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