Pular para o conteúdo principal

OS "DOIDOS" DO VELHO BALSAS

   Talvez Balsas, pelo menos da minha época de garoto, tenha sido a cidade com a maior população por metro quadrado de loucos nas ruas. É claro que não levo em consideração as cidades que haviam manicômio. Estou falando de pessoas acometida da loucura patológica. Esse tipo, pelo menos na minha época, chamávamos de DOIDOS.
        Ariano Suassuna iria à loucura com tanto doido se houvesse ido a Balsas algum dia.
     Hoje, com o "politicamente correto" o termo caiu em desuso. Mais é bem verdade que nos meus estudos arqueológicos encontrei nos recônditos da memória aqueles que mais me impressionaram o psiquismo em se tratando de aversão à "normose" coletiva.
      Não raro, acredito que outros tantos balsenses como eu hão de lembrar desses homo furiosus balsensis, principalmente ao ouvir o nome do GOBILA, NICOLAU, MARIA DOIDA, MARIA BONITA, CAFETEIRA, AGOSTINHO CACETE, MANÉ BIROBA, LURICA, DANIEL DO GESNER, WASHINGTON, IRMÃOS BORÉ, ZACARIAS, MARIA PETECA, LEGAL, ENEDINO E LUIZINHO DO FRANCELINO FERREIRA, ZÉ POCOLA e outros que minha pobre memória já carcomida de psicose já nem ousa lembrar. 
     Mesmo assim sei que alguns parentes desses nossos contemporâneos podem não concordar com o estado patológico dos seus pupilos, porém, cabe lembrar que esses que foram citados são, pelo menos, unanimidade entre o resto dos balsenses.
    Não tenho pretensão de ferir a honra de quem quer que seja, mais tão-somente reavivar a memória de outros balsenses quanto a realidade daquela época e as mudanças que vemos hoje, bem como demonstrar que é uma maneira de levar o Velho Balsas aos seus filhos que hoje moram distantes, alguns deles nos Estados Unidos, como é o caso do Gaspar do Canhoso e outros tantos mais.
    E viva a loucura da lembrança.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Carteiro e o Defunto - republicação

Em 2 de novembro comemora-se o dia de finados. Percebe-se claramente a contribuição dada pelos antigos cristãos para a formação de novas palavras em um determinado idioma. No nosso caso, o velho Português. Neologismo lexicografado já é indício de que a palavra pode e deve ser utilizada.  Fiz um arrodeio para dizer que a palavra finados vem de fim.  Fim mesmo, visto que os cristãos acreditam em Deus até o momento da morte. Depois disso.....bom, o resto é dúvida. O mais provável, para a maioria dessas pessoas, é que seja realmente o fim. Nos dias de finados lembro-me de Balsas. Nessas lembranças me vem à cabeça os mortos que deixei por lá, enterrados no Cemitério da avenida Catulo, conhecida antigamente pelo apelido de praça dos três “C”, visto concentrar naquela área, em convivência pacífica e ordeira, cabaré, cadeia e cemitério. Diziam que o camarada aprontava no cabaré e logo seria preso pelo Soldado Ribamar Kikiki. Depois de morrer de fome na cadeia o corpo seria levado a

PROFESSOR JOCA REGO

Hoje é o dia do professor. Monteiro Lobato afirmou que "um país se faz com homens e livros". Ele estava corretíssimo. No entanto, para dá ênfase à importância desse profissional eu me atrevo a complementar a frase do ilustre criador do Sítio do Pica Pau Amarelo e afirmar com todas as letras que UM PAÍS SE FAZ COM HOMENS, LIVROS E PROFESSORES.  Sei que é muita pretensão da minha parte acrescentar algo no que já é perfeito. E para homenagear os mestres nada mais justo do que relembrar os que passaram por nossas vidas. Escondida quase no "Rabo da Arraia" (observe o formato do mapa do Maranhão e veja a semelhança com uma arraia),  talvez ocupando mesmo a posição do órgão excretor, Balsas, ainda que pequena e simples possuía os melhores professores do nosso mundo. E não é firula. Na imagem do bloco verifica-se aquele que pode representar todos os outros mestres balsenses: João Joca Rego Costa Junior, mais conhecido como Professor Joca.  O professor Joca en

Cracolândia, pode?

   Cracolandia! Você já ouviu falar nessa palavra, que em princípio pode até soar bem no ouvido de alguns que colocam o nome de seus filhos como Maurilândia, Orlândia? Já ouviu falar em algum nome assim? Eu ouvi. Afinal, sou nordestino!    Pois é, esse maldito nome vem da junção de “crack” , que não é o caso do atleta acima do normal, não, é a droga mesmo, aquela produzida com a mistura da pior parte da cocaína com bicarbonato de sódio e do sufixo “landia”, que quer dizer cidade, portanto, o significado será “cidade do crack”. Tem coisa pior do que isso? Pois bem esse lugar existe e fica aqui no centro da bela cidade que encanta e desencanta a todos nós: SAMPA. Sabe onde fica Sampa? Caetano Veloso sabe! Pergunte a ele. No cruzamento da São João com a Ipiranga é só seguir o rumo que quiser que você verá a cena mais horripilante que se pode imaginar. Nem Virgílio levaria Dante a lugar de tamanho horror. Acredito que as drogas produzidas na Velha Bota de 1300 d. c. não produziriam ta