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Mostrando postagens com o rótulo Balsas

O Carteiro e o Defunto

Em 2 de novembro comemora-se o dia de finados. Percebe-se claramente a contribuição dada pelos antigos cristãos para a formação de novas palavras em um determinado idioma. No nosso caso, o velho Português. Neologismo lexicografado já é indício de que a palavra pode e deve ser utilizada.  Fiz um arrodeio para dizer que a palavra finados vem de fim.  Fim mesmo, visto que os cristãos acreditam em Deus até o momento da morte. Depois disso.....bom, o resto é dúvida. O mais provável, para a maioria dessas pessoas, é que seja realmente o fim. Nos dias de finados lembro-me de Balsas. Nessas lembranças me vem à cabeça os mortos que deixei por lá, enterrados no Cemitério da avenida Catulo, conhecida antigamente pelo apelido de praça dos três “C”, visto concentrar naquela área, em convivência pacífica e ordeira, cabaré, cadeia e cemitério. Diziam que o camarada aprontava no cabaré e logo seria preso pelo Soldado Ribamar Kikiki. Depois de morrer de fome na cadeia o corpo seria...

O Presídio de Pedrinhas

Quando criança, estudante do Grupo Escolar Professor Luiz Rego, na velha cidade de Balsas, Estado do Maranhão, ouvi pela primeira vez o Hino do meu Estado. Foi uma sensação incrível poder ouvir, mesmo sem entender direito, a estrofe que dizia: " Maranhão, Maranhão, berço de heróis ". Essa parte ficava ecoando nos meus ouvidos, mesmo depois de muito tempo. E ecoou mais ainda devido aos questionamentos que fazia, a despeito da idade juvenil, sobre quem eram esses heróis que o hino tanto exaltava. Lia tudo que dizia respeito ao Estado do Maranhão e confesso que não havia encontrado ainda esses heróis.  Só agora, depois de quarenta anos ausente do Maranhão, pude realmente desvendar esse mistério sobre esses bravos heróis tão decantados no hino do meu Estado natal!  Sabe quem são eles? O povo maranhense.  É exatamente isso! O mesmo povo que vota, confirma, reafirma e admira a família do senhor José de Ribamar Ferreira de Araújo Costa, o Zé Sarney , como o maranhense t...

MÉDICO E MEDICINA

São Lucas, amigo e apóstolo de Jesus, segundo alguns, era médico. Talvez por isso mesmo narrou com tanta ênfase as curas do Mestre dos Mestres. Segundo a tradição católica o dia de hoje é dedicado a ele; dia consagrado ao médico apóstolo. Pela força do catolicismo nas sociedades, especialmente no Brasil, Portugal, Estados Unidos, Argentina, França, Itália, Bélgica, Inglaterra e Canadá o dia de hoje é também o dia do médico. Pois é! Hoje é o dia dedicado ao profissional que busca no fundo da alma e no baú da ciência prolongar a vida; e, não é somente isso, proporcionar qualidade a essa vida.  Pelo menos é a visão do Dr. Bezerra de Menezes, médico cearense que viveu e trabalhou no Rio de Janeiro desde o ano de 1851 até 1900 quando falece. Para ele:  " O médico verdadeiro não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto. O que não atende por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noit...

Professor Joca Rêgo

Hoje é o dia do professor. Monteiro Lobato afirmou que "um país se faz com homens e livros". Ele estava corretíssimo. No entanto, para dá ênfase à importância desse profissional eu me atrevo a complementar a frase do ilustre criador do Sítio do Pica Pau Amarelo e afirmar com todas as letras que um país se faz com homens, livros e professores.  Sei que é muita pretensão da minha parte acrescentar algo no que já é perfeito. E para homenagear os mestres nada mais justo do que relembrar os que passaram por nossas vidas. Escondida quase no "Rabo da Arraia" (observe o formato do mapa do Maranhão e veja a semelhança com uma arraia),  talvez ocupando mesmo a posição do órgão excretor, Balsas, ainda que pequena e simples possuía os melhores professores do nosso mundo. E não é firula. Na imagem do bloco verifica-se aquele que pode representar todos os outros mestres balsenses: João Joca Rego Costa Junior, mais conhecido como Professor Joca.  O professor Joca en...

Família balsense

Com o tema família em discussão há necessidade de quem tem uma salvá-la antes que acabe. Quem teve o privilégio de nascer em uma família baseada nos moldes da que estávamos acostumados a ver, tem o dever de preservar a lembrança, sob pena de perder os vínculos proporcionados por ela, exatamente pelas imposições das novidades que ora se apresentam como parâmetro familiar. Em Balsas, família era a pedra fundamental da formação do município. Acredito que em outros municípios seria da mesma forma.  Quando se conhecia alguém pela primeira vez, tínhamos o costume de perguntar:  - De que família você é? Você é filho de quem? (linguagem empregada na época) O cartão de crédito do balsense era exatamente o laço que o vinculava a uma família. Hoje isso está acabando. Se é bom ou ruim, não é o caso agora discutir. Famílias tradicionais, outras nem tanto. O importante é que o balsense não era um indivíduo isolado; ele era alguém dentro de um clã. E não es...

Meus velhos amigos

Hoje acordei com saudades dos velhos amigos de Balsas. Abri o baú e dei de cara com uma foto que me parece representar bem o dia de hoje.  Tenho outros amigos, porém os que os fiz por lá, jamais serão esquecidos. Os jovens de hoje pensam que não tivemos juventude. Acham que o mundo deles é mais importante e que nós, um pouco mais desgastados pelo tempo, jamais passamos pelas experiências da juventude. Claro que não. Isso mesmo! As experiências que eles têm hoje, nem de longe chegam aos pés das que tivemos outrora.  Não havia computador - pelo menos em Balsas. Internet, nem pensar. No entanto, havia o rio Balsas, onde tudo acontecia durante o dia; à noite, o passeio nas praças das igrejas era o ápice das emoções juvenis. Católicos praticantes? Que nada! Íamos paquerar as garotas de Balsas. É isso mesmo.  As famílias levavam seus filhos e lá, depois da missa, o passeio pelas praças acontecia. Era a nossa maior diversão. Eu e meus amigos ficávamos à espreita ...

DESCIDA DE BOIA NO RIO BALSAS

Está chegando o final de semana e o rio Balsas vai ferver. Você conhece a descida de boia no rio Balsas? Não? Raimundo Floriano afirma que foi ele o pioneiro. Se é verdade ou não, cabe a outro provar o contrário. É uma das aventuras mais marcantes, exatamente pelo caráter festivo empregado no mister. Para iniciar a aventura é preciso contar com os implementos necessários. Primeiro, arranjar as boias, o que não é difícil. Segundo, alugar um transporte para levar pessoal e material até o local de início da descida. Alugando um caminhão para transportar as boias, o pessoal aproveita a carona. Para chegar no Canaã, com "areia a dar com pau" o melhor mesmo é alugar um caminhão e desde à saída a festa já começa. Os homens jogam as bois no caminhão e já começam a beber. A única preocupação deles é saber se o isopor de bebidas foi embarcado. O resto fica por conta das mulheres que se preocupam com as crianças e as comidas. Ao sabor das águas do rio das Balsas descem democrati...

BALSAS - CARNAVAL NOS ANOS 70

Domingo de Carnaval. Hoje o bicho pega. O bicho pegou mesmo foi quando me lembrei dos carnavais de 60, 70 e início dos anos 80 da cidade de Balsas-MA. Do carnaval dos anos 60 ficou gravado pouca coisa, porém, lembro-me bem dos músicos.  Tudo muito interessante.  Pelas ruas esburacadas da cidade passavam os músicos tocando as marchinhas acompanhados de um bloco dos que vestiam roupas esquisitas. Máscaras que cobriam todo o rosto. Eram os "fofões". Sim, eram os fofões que causavam medo, as vezes até pavor nas crianças. Nos anos 70 o carnaval teve um significado maior para mim. Foi a época de frequentar o Clube Recreativo Balsense. Lá, aconteciam os bailes carnavalescos para a "gurizada" à tarde. Á noite, os adultos, fantasiados, giravam no meio do Clube como gira uma "carrapeta". O engraçado é que giravam todos no sentido anti-horário, talvez para evitar os "encontrões" que nem sempre eram evitados. Os filhos dos filhos de Balsas, em perío...

CARNAVAL EM ITANHAÉM

   Estava há alguns dias sem qualquer inspiração para escrever algo! Talvez fosse até mesmo preguiça!     No feriado de 25 de janeiro em que a cidade de São Paulo comemorou 459 anos resolvi esticar as pernas nas areias de praia. Um amigo escolheu a cidade de Itanhaém na baixada paulista e ficamos na praia do Cibratel II.    Estava o tempo um pouco feio. Previsão de chuvas, como de fato aconteceram.   O fato de comentar sobre isso é apenas e tão-somente para mostrar o estado em que se encontra a cidade de Itanhaém para receber os turistas no período do Carnaval. Nessa época a cidade recebe turistas em número quatro vezes maior que a população de costume.    Pois bem, Itanhaém, administrada por oito anos por João Carlos Forsell, sendo substituído no início do ano por Marco Aurélio, novo prefeito da cidade, são os responsáveis pela situação em que o município se encontra: sem qualquer saneamento básico. Basta verificar as...

MELHOR TIME DO MUNDO

A euforia dos corintianos com o título mundial do Timão me fez lembrar do maior time que já vi jogar. Talvez você não tenha ouvido falar, mais posso lhe garantir que no time  de que vos falo havia jogadores que superavam até mesmo os do Santos de Pelé. O homem inventou a televisão, o rádio, o jornal, porém esqueceu de os apresentar aos balsenses, pelo menos até  a época em que vivi por lá. Isso talvez tenha dificultado ao resto do Brasil conhecer os melhores jogadores de futebol do mundo, pelo menos o meu e o dos balsenses. Superavam eles a arte do Garrincha, a inteligência do Pelé, o chute do Rivelino, a precisão do Gerson, a jogada do Tostão, enfim, vou parar por aqui por que o resto...é resto. O maior time do mundo foi o BOM JESUS que era a base da Seleção Brasileira de Balsas. Agora que você já sabe disso é preciso também saber quem eram esses tais jogadores. Pois é, esse belo time era formado de jogadores que suavam pelo simples amor à causa. Não eram remunerados...

Dia do Palhaço

Hoje é o dia do palhaço. Que bom, hoje é o dia de homenagear àqueles que nos fazem rir. Rir ou sorrir? Deixa pra lá. Hoje é o dia do palhaço e isso é o que importa. Palhaço é um ser que me intrigava quando criança. Lá em Balsas, quando o Circo chegava, a parte do espetáculo que mais me causava expectativa era exatamente a apresentação do palhaço; ou dos palhaços. Me intrigava por que enxergava em cada um daqueles pequenos seres – cabe aqui um adendo: pequenos seres mesmos, visto tratarem-se de anões. Pequenos homenzinhos com andar de “pata choca”, pois tinham as pernas tortas e a bunda muito baixa que balançava de um lado a outro quando andavam e um olhar esbugalhado expressando alegria, mesmo sem as pinturas das apresentações. Ficava me perguntando a mim mesmo o que os faria tão pequenos? Será que existia algum país ou região onde aquele pessoal aparecia....nascia....era criando..., enfim, aonde era esse lugar? Na minha cabeça seria um lugar muito alegre e que deveria brotar fe...

OS "DOIDOS" DO VELHO BALSAS

   Talvez Balsas, pelo menos da minha época de garoto, tenha sido a cidade com a maior população por metro quadrado de loucos nas ruas. É claro que não levo em consideração as cidades que haviam manicômio. Estou falando de pessoas acometida da loucura patológica. Esse tipo, pelo menos na minha época, chamávamos de DOIDOS.         Ariano Suassuna iria à loucura com tanto doido se houvesse ido a Balsas algum dia.      Hoje, com o "politicamente correto" o termo caiu em desuso. Mais é bem verdade que nos meus estudos arqueológicos encontrei nos recônditos da memória aqueles que mais me impressionaram o psiquismo em se tratando de aversão à "normose" coletiva.       Não raro, acredito que outros tantos balsenses como eu hão de lembrar desses homo furiosus balsensis, principalmente ao ouvir o nome do GOBILA, NICOLAU, MARIA DOIDA, MARIA BONITA, CAFETEIRA, AGOSTINHO CACETE, MANÉ BIROBA, LURICA, DANIEL DO GESNER, WA...

Seja bem-vindo Sr Prefeito Rochinha

Seja bem-vindo, sr Prefeito. Após o vendaval vem a bonança, diz o ditado. Pois é, após o período eleitoral vem a bonança ou, talvez como dizem os matutos dos Gerais de Balsas, pode vir a “piorança”. Vamos torcer e muito para que Balsas seja realmente governada, pois estava como nau sem capitão, sem rumo, nem prumo, nem nada. Você terá pela frente desafios que não serão difíceis de atacá-los com coragem e determinação. Deixe-me apresentá-los: Uma das primeiras providencias que o administrador de Balsas deverá tomar é exatamente desinfetar a cadeira que servia apenas para refrigerar a bunda do prefeito anterior. Desinfetá-la em todos os sentidos! Depois, enrolar as mangas da camisa para enfrentar de vez os óbices que “inventaram” para não construírem a estrada que liga a cidade a região dos Gerais. Essa será, talvez, a maior necessidade do município, visto encontrar-se por aquelas bandas esquecidas pelos políticos a “mina de ouro” que pode escapar das mãos de Balsas se nã...

Exame laboratoriais

   Acordei hoje mais balsense do que nunca.   Logo cedo recebi uma ligação do meu primo Amaro Cardoso, empresário em Balsas, e, durante a conversa, acabei  recordando muitas coisas de Balsas.     Em seguida saí de casa para realizar alguns exames em um laboratório na cidade de Osasco, situada na grande São Paulo.     Lá, enquanto esperava ser atendido, talvez tocado pela  ligação que recebi e observando melhor o atendimento dispensado às pessoas, lembrei-me de uma ocasião em que precisei ser atendido no Hospital São José na minha querida cidade de Balsas. Isso foi em 1976, ano em que passei por muitos problemas de saúde.     Era bem cedo da manhã. Balsas ainda dormia quando eu e minha mãe, Luzia Bucar, nos dirigimos ao Hospital São José.    Chegando lá, ficamos esperando a oportunidade para ser atendido a fim de realizar a coleta de sangue para um exame.    Enquanto esperávamos no salão, ch...